Piloto tunisiano que orou no avião vai preso na Itália


Um piloto acusado de orar quando deveria estar tomando medidas de emergência para evitar um acidente no qual 16 pessoas morreram foi sentenciado a 10 anos de prisão por um tribunal italiano.
O capitão Chafik Gharby controlava a aeronave pertencente à companhia aérea tunisiana de fretamento Tuninter, que caiu no mar perto da costa da Sicília quatro anos atrás. Os 23 sobreviventes foram deixados nadando por suas vidas, alguns agarrados a um pedaço da fuselagem que flutuou depois que o avião com turbinas se partiu no impacto.
Gharby primeiramente foi louvado como heroi por ter salvo as vidas da maioria dos passageiros. Mas depois de uma investigação, ele, o co-piloto e vários executivos e técnicos da Tuninter foram culpados por uma gama de delitos incluindo homicídio.
O tribunal de Palermo concordou com a promotoria que a cadeia de eventos que levou à queda começou quando uma parte errada foi instalada no avião, um ATR 72 franco-italiano. Um mecânico encaixou por engano um medidor de combustível aparentemente idêntico mas que foi projetado para um modelo menor, ATR 42.
O avião decolou de Bari, perto da ilha tunisiana de Djerba, em 6 de agosto de 2005. Quando voou sobre a Sicília, os motores desaceleraram até pararem, mesmo embora o painel de controle mostrasse que o avião tinha combustível suficiente para voar.
Os juízes aceitaram a acusação de que os pilotos, em vez de fazer um pouso de emergência no mar, deveriam ter conseguido planar até o aeroporto de Palermo. Em vez disso, Gharby alegadamente entrou em pânico. Em gravações do cockpit apresentadas como evidência ouviu-se o piloto chamando pela ajuda de “Alá e Maomé seu profeta”.
Sua advogada, Francesca Coppi, disse: “Diante do perigo, ele invocou seu deus como qualquer um de nós faria.”

Ela descreveu seu cliente como “um homem arrasado” que estava “convencido de que fez tudo o que era possível para salvar tantas vidas quanto possível”.
O co-piloto, Ali Kebaier, também recebeu uma sentença de 10 anos. O diretor geral da Tuninter, Moncef Zouari, e o diretor técnico da companhia aérea foram ambos sentenciados a nove anos.
Um mecânico e dois executivos do departamento de manutenção da empresa aérea receberam cada um oito anos de sentença. Dois dos acusados foram absolvidos. Os sete réus restantes, que não estiveram no tribunal para ouvir o veredito, não serão aprisionados até que os recursos tenham se esgotado.
Dos passageiros que morreram, dois eram tunisianos. Os outros 14 eram italianos e muitos de seus parentes viajaram a Palermo em ônibus fretados para ouvir o veredito.
Angela Trentadue, cuja filha de 27 anos morreu no desastre, comemorou as sentenças. Outro parente, que não quis ser identificado, disse que “gostaria de abraçar o juiz”.
vi lá no Bule Voador

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